Passaram-se três longos séculos desde a época em que as mulheres eram normalmente ameaçadas e submetidas a jornadas desumanas de trabalho. Muitas mudanças positivas ocorreram, muitas conquistas elas tiveram. Mas ainda há concepções, discursos que as consideram inferior aos homens. Assim, é perceptível que a luta ainda não terminou. Mulheres, unam-se!
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O sexo feminino está - e sempre esteve- associado aos afazeres do lar, da família, do marido. As várias conquistas que elas obtiveram não mudaram isso. Mas ampliaram. Que o digam as mulheres do século XX, ao lerem um trecho do livro de Melière (século XVII), “A escola das mulheres”: “Caso com uma tola, para não bancar o tolo. Mulher esperta é mau presságio; eu sei o quanto custou a alguns casarem com mulheres cheias de talentos. Caso-me com uma intelectual e viro marido de madame. (...) Mulher que escreve sabe mais do que é preciso. Pretendo que a minha seja bem opaca, para não saber nem o que é uma rima. (...) Em suma, desejo uma mulher de extrema ignorância. Que já seja demais saber rezar, me amar, cozer e bordar!”. Hoje ainda existe a tradição delas cuidarem das tarefas domésticas, mas não é só isso.
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Em 2010, as contratações femininas estiveram em alta nas capitais de Minas Gerais e Bahia. Entretanto, o fato delas estarem inseridas no mercado de trabalho, não significa que a jornada acaba por ali. A grande maioria trabalha em jornada dupla, tripla... É preciso ser profissional, mãe, esposa e dona de casa. Elas enfrentam os preconceitos que as oprimem, como salário inferior no desempenho da mesma função masculina, a obrigação de estar sempre bonita e pronta para vencer, de salto alto, todas as dificuldades de uma sociedade machista.
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Não é fácil, mas elas conseguem. Mesmo tendo altos índices de violência por parte de maridos, namorados e pais, a presença feminina no mundo é notória e imprescindível. A mulher conquistou um espaço tão grande que, entre elas, já se cogita a volta do tratamento que recebiam na antiguidade grega.
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A verdade é que os homens precisam das mulheres, nem que seja tão somente para a perpetuação da espécie, assim como as mulheres deles precisam. A “guerra dos sexos” já deveria ter caído em desuso, tão antiquado que é este ideal. É nítido, límpido, a necessidade do planeta é outra. Ansiamos pela criação de um novo conceito e caminhamos nessa direção. Então, busquemos a “união dos sexos”.
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