Desde o mercantilismo (primeira fase do capitalismo, compreendida entre os séculos XV e XVIII que consistia no acúmulo de metais preciosos para a determinação do Estado mais poderoso), a “cultura do status” está impregnada nos povos e meios de consumo.
Engana-se quem acha que o aumento do consumo está ligado somente à classe alta, pois a baixa vem se endividando tanto quanto qualquer outra classe social, isso porque o desejo de externalizar o aumento de renda existe em toda sociedade que prega a “cultura do desperdício”.
O capitalismo torna essas sociedades contraditórias, já que elas firmam valores como “não roubar” ou “não mentir” ao passo que incentivam o consumo a qualquer custo. Cartões de crédito, carnês de pagamento, cheque especial, não faltam opções para quem queira, mesmo que imperceptivelmente, se afogar num oceano de contas não-pagas.
Surge com isso um novo conceito moderno, a oneomonia, distúrbio psicológico que impede o autocontrole na hora de ir às compras. Um por cento da população sofre desse mal e se tornou comprador compulsivo por sentir prazer em comprar objetos que nunca serão usados. A ex-primeira-dama filipina Imelda Marcos tornou-se um símbolo do consumismo mundial por conviver com essa doença cada vez mais perigosa e comum.
A inversão de valores é, secretamente, a raiz de todos os males sociais. Se ostentar poder e luxo não fosse tão necessário para manter o “status”, a corrupção não teria sentido. Se o tamanho de uma fazenda não implicasse na autoridade do latifundiário sobre a população dos interiores brasileiros, a reforma agrária seria possível, mas foram esquecidas as palavras sábias de Ernest Che Guevara que afirmavam que “Ser capaz de sentir indignação contra qualquer injustiça cometida contra qualquer pessoa, em qualquer parte do mundo, é a qualidade mais bela do ser humano”.
Camila - 30/03/09
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