Fomos dominados pelas máquinas que inventamos?

Desde a I Revolução Industrial, ocorrida na Inglaterra, as máquinas se tornaram indispensáveis à vida humana. A rústica - e não muito eficiente - máquina têxtil a vapor evoluiu e fez com que o desenvolvimento dos combustíveis fosse possível, consolidando a engrenagem do comércio.
O poeta moderno de segunda fase, Carlos Drummond de Andrade, já citava em suas obras, da década de 1930, a dependência do ser humano com relação às máquinas, embora não tenha vivido até o século XXI, para conhecer os mecanismos e aparelhos bizarros, além de inúteis, que escravizam a sociedade como um todo.
A competitividade, gerada pela concorrência do mercado capitalista, obriga a população a estar sempre atualizada com o que acontece no mundo. Isso é importante quando se está a procura de emprego, ou, na iminência de perdê-lo, por conta da mecanização de um setor inteiro. A essa forma de desemprego, ou seja, à substituição do trabalho do homem pelo trabalho das máquinas, dá-se o nome de desemprego estrutural.
As vantagens, entretanto, são muitas. Os celulares e “e-mails” são acessíveis e eficientes diluidores de fronteiras físicas, facilitando a vida de quem precisa manter qualquer tipo de relacionamento à distância. Caso os telefones e a internet já fossem conhecidos no Brasil, no século XVI, as capitanias hereditárias talvez não tivessem ruído (falido), visto que a dificuldade de comunicação, nessa época, foi um dos principais motivos para o fracasso do sistema.
Já que a evolução das máquinas não pára, no sistema capitalista, as pessoas estão perdendo o controle e, ao contrário d que era esperado, estão fazendo da roda uma extensão do próprio corpo. Elas esqueceram que as máquinas foram feitas para servi-las e não o inverso. Porém, a situação está crítica, a ponto de fazer com que as pessoas não só sejam dominadas pelas máquinas, mas com que sejam as próprias máquinas, com trabalhos mecânicos e repetitivos, isentos de raciocínios críticos.